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Precisamos falar sobre ergonomia.

Por Roberto Guglielmetto, Desembargador Federal do Trabalho, gestor do Programa Trabalho Seguro em Santa Catarina, em referência ao Dia Mundial de Segurança e Saúde no Trabalho (28 de abril).

Todos os anos, no mês de abril, dedicamo-nos a refletir sobre saúde e segurança no trabalho com o Movimento Abril Verde, que reúne diversas instituições em torno de um único objetivo: falar sobre prevenção de acidentes e doenças laborais.

A Organização Internacional do Trabalho escolheu 28 de abril como o Dia Mundial da Segurança e Saúde do Trabalho, em referência  à explosão de uma mina no mesmo dia, em 1969, no estado da Virginia (EUA), culminando com a morte de 78 trabalhadores. Na mesma data, aqui no Brasil, é celebrado o Dia em Memória às Vítimas de Acidentes de Trabalho. Só em 2021, foram 2.487 mortes, um aumento de 33% em relação a 2020.

A Justiça do Trabalho, por meio do Programa Trabalho Seguro, é uma das apoiadoras do Abril Verde. Para o biênio 2022/23, o tema objeto das atividades e reflexões do programa é a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais em tempos de crise.

E aqui precisamos falar de ergonomia, área de conhecimento que estuda as adaptações de um posto de trabalho para uma determinada atividade, a fim de preservar a saúde do empregado. Em 2021, segundo dados da Previdência Social, as dores nas costas e as lesões nos ombros foram os principais motivos de concessão de auxílios-doença relacionados ao trabalho. Foram 19 mil benefícios, representando 37% do total.

Depois de uma queda considerável em 2020, quando foram pagos 9,6 mil auxílios-doença acidentários em razão destas duas enfermidades, o número volta a disparar em um patamar preocupante em 2021, ficando um pouco abaixo dos 22 mil benefícios de 2019.

Dores nas costas e lesões nos ombros decorrentes do trabalho revelam problemas de ergonomia. Eles podem estar nas fábricas, nos escritórios, nos portos ou em qualquer ambiente de trabalho – até em casa! E cada parte envolvida tem sua parcela de responsabilidade.

As empresas precisam olhar com mais atenção para essa área de conhecimento. Os cuidados vão desde a projeção e a construção dos espaços de trabalho, com iluminação e mobiliário adequados, até a instituição de pausas no transcorrer da jornada – elas ajudam a preservar a saúde dos olhos, punhos, cotovelos, ombros e coluna vertebral. Aos empregados, além de seguir as orientações da área de saúde e segurança do trabalho de seu empregador, cabe exigir condições de trabalho dignas e compatíveis com a atividade exercida, por meio de seus sindicatos.

Para quem trabalha muito tempo à frente do computador, vale a dica da equipe de fisioterapia do TRT-12:  pés firmes no chão (ou uso do apoio de pés), topo do monitor na altura dos olhos e antebraços inteiramente apoiados na mesa, deixando apenas a ponta dos cotovelos para fora. E muito cuidado com a altura da mesa: braço e antebraço devem formar um ângulo levemente superior a 90 graus, e os ombros precisam estar relaxados, nunca levantados.

Fonte: Comunicação Social do TRT/12

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