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Pandemias: Coronavírus e a violência contra a mulher

Por Tammy Fortunato – Presidente da Comissão de Combate às Violências contra a Mulher.

Pandemia é uma das palavras mais citadas em 2020. Pandemia declarada em virtude do Coronavírus, por estar presente em todos os continentes, infectando e levando a óbito muitas pessoas.

Uma outra pandemia é a violência contra a mulher. Violência não vista como uma pandemia, mas presente em todos os continentes, assim como o Coronavírus.

No Brasil, uma mulher é morta de modo violento, vítima de feminicídio a cada 7 horas[1], e a cada três segundos uma mulher é vítima de algum tipo de violência.

Comparando-se as pandemias presentes em Santa Catarina até o presente momento, março de 2020, não foi constatada nenhuma morte pelo Coronavírus, mas em contrapartida 12 mulheres, que já tiveram suas vidas ceifadas de modo violento, foram vítimas de feminicídio.

A quarentena imposta para combater a primeira pandemia pode agravar ainda mais a violência contra a mulher. Na China[2], por exemplo, local em que começou a propagação do Coronavírus, houve um aumento significativo de violência contra a mulher, sendo inclusive criada a hashtag #AntiDomesticViolenceDuringEpidemic[3].

A violência contra a mulher deve ser vista por todos, principalmente pelo Poder Público e profissionais da saúde, como uma pandemia, aquela que age de modo silencioso dentro dos lares, mas que é tão ou mais letal que o Coronavírus.

A diferença entra as pandemias é que a primeira atinge  a todos, homens e mulheres, é contraída pelo contato físico e por partículas de saliva, ocasionando sintomas físicos, podendo levar a morte; enquanto a segunda pandemia, atinge somente mulheres e começa com pequenas violências, principalmente psicológicas, também podendo levar a morte.

A primeira pandemia recebe total atenção do Estado e meios de comunicação, enquanto a segunda pandemia, bem, vamos jogá-la mais uma vez para debaixo do tapete.

 

[1] Dados do site: www.catracalivre.com.br

[2] Informação da Revista Galileu: www.revistagalileu.globo.com

[3] #ContraViolênciaDomesticaDuranteEpidemia

 

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