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TOLERÂNCIA E COMPLACÊNCIA E SEUS LIMITES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA

Por Augusto de Vasconcellos Dias*

“A tolerância é ato de parar de combater o que não pode ser mudado.” (John Locke – filósofo inglês, o “pai do liberalismo”).

Empiricamente, tolerância, do latim tolerantĭa, é um termo que define o grau de aceitação diante de um elemento contrário a uma regra moral, cultural, civil ou física. Na vida prática, é a nossa disposição de ouvir com paciência as opiniões opostas às nossas. Como diz John Locke acima, tolerar é um ato de liberalidade nosso de não ir ao embate contra tudo o que não podemos mudar. Pelo menos, não de forma direta e imediata.

Já complacência, é adjetivo da pessoa benevolente, gentil e compreensivo. Pessoa que devemos ser – amável, prestativa. Para Kant, um juízo de gosto ao fim de ter-se o bem-estar.

Devemos então ter um olhar e uma ação complacente para com a tolerância e as pessoas que nos antagonizam em opiniões? Sim e não! Uma lição que repito diariamente e aprendi cedo, ainda um jovem adolescente, é que para tudo na vida há um mínimo de bom senso. Do contrário, seremos tolerantes com intolerantes. E complacentes com opiniões de agentes que ferem e até matam.

A complacência é a criação do bem-estar. Mas jamais podemos ter gosto por opiniões que violam a educação, o bom senso, a diversidade e a falta de educação. Precisamos atacar com violência física e/ou verbal esses violadores do bem-estar social? Nunca. Quando nosso antagonista o for de opinião. Devemos sim, sermos tolerantes, gentis. Mas endurecer com estes é preciso, na medida em que tal opinião, fala se estende para a violação de regras gerais da sociedade, do direito. E da harmonia social.

Sabedores somos que nas últimas décadas frutificaram os mensageiros do caos, da desordem e as sementes da árvore do ódio, que atualmente espalha suas raízes e seus galhos pelos mais diversos campos da vida cotidiana. Frutos como a intolerância de gênero, religiosa e de crença, política, de raça, e sexo.
Todos têm opinião sobre tudo. Sobre mim. Sobre você. Sobre nossa vida, nosso trabalho. Mesmo que não nos conheçam. Não sabem nem mesmo onde moramos e o que fazemos para viver e sobreviver.

Devemos tolerar tudo no limite do bom senso. E da harmonia social. Precisamos ser responsáveis com o bem-estar de todos. De todos! E jamais aceitar que o despotismo se instale entre e acima de nós.

*Augusto de Vasconcellos Dias é advogado, especialista em Propriedade Intelectual. CEO da AE Internacional Marcas e Patentes. Presidente da Comissão de Propriedade Intelectual do Instituto dos Advogados do Estado de Santa Catarina (IASC). Presidente da Fundação Unitas. Secretário Coordenador do NUSE – Núcleo Multissetorial de soluções Empresariais, da ACIF – Associação Comercial Industrial de Florianópolis. Colaborador da revista Ambiente Legal. Twitter: http://@augustodias.

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