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Saudação aos Advogados jubilandos.

– Caros Colegas Advogadas e Advogados Jubilandos:

– Funcionários da Casa;

– Familiares, Senhoras e Senhores;

Em primeiro lugar, quero agradecer a deferência da excelentíssima senhora presidente Cláudia Prudêncio em me convidar para fazer a saudação das advogadas e dos advogados jubilandos, nesta noite.

Para mim, ex-conselheiro, ex-diretor tesoureiro por duas vezes e ex-vice presidente desta casa, é uma honra saudar os colegas advogados e advogadas que hoje recebem seus merecidos certificados de jubilamento.

Com efeito, como sabemos, o jubilamento é deferido apenas àqueles advogados e àquelas advogadas que já tenham completado 70 anos de idade e que exerceram a advocacia, com ética e dignidade, por mais de 30 anos.

Vale dizer: o jubilamento é, antes de tudo, o reconhecimento da nossa instituição àqueles colegas advogados e advogadas que, ao completarem 70 anos de idade, tenham exercido a nobre profissão da advocacia por mais de 30 anos, com honradez, ética e dignidade.

Nesse passo – para não dizer ocaso – da nossa vida profissional, em que comemoramos o nosso jubilamento pelo exercício de mais de 30 anos de advocacia, entendo oportuno perguntar: mas afinal, o que é ser, verdadeiramente, um advogado?

Eu respondo o que todos já sabem, mas que nunca é demais lembrar: ser advogado, meus caros, com certeza, é muito mais do que a realização de um sonho, é muito mais do que a concretização de um ideal de um jovem estudante de direito.

Ser advogado, antes de tudo, é o que todos fostes ao longo de mais de 30 anos, ou seja, alguém indispensável à administração da justiça, (CF – art. 133), e que, no seu ministério privado, presta serviço público e exerce função social relevante (art. 2º, da Lei 8.906/94).

Como já foi dito alhures, ser advogado é exercer a profissão, como fizestes por mais de 30 anos, que atende e assiste dos mais ricos e poderosos empresários aos mais miseráveis e infelizes desempregados.

Ser advogado é o exercício de uma profissão de contrastes, de altos e baixos, de vitórias e de derrotas. é defender os ricos e os pobres, os inocentes e os criminosos.

Ser advogado é ser, como fostes por mais 30 anos, o primeiro juiz da causa, quando recusastes o ajuizamento de uma ação indevida.

Ser advogado é ser como um padre, que houve os pecados e as aflições de seu cliente, mas tem que guardar segredo sobre os mesmos porque a ética profissional assim o determina.

Ser advogado é ser como um psicólogo, como fostes por mais de 30 anos, que compreende os dramas pessoais e ameniza o sofrimento de seu constituinte.

Ser advogado é ser como um médico, que promove o tratamento e a cura das enfermidades do corpo e da alma.

Ser advogado é ser como um engenheiro, como fostes por mais de 30 anos, quando constrói grandes teses jurídicas na defesa dos direitos de seu constituinte.

Ser advogado é ser como um cientista, como fostes por mais de 30 anos, quando faz grandes descobertas na doutrina e na jurisprudência para a solução do caso concreto.

Ser advogado é ser como um conciliador, que pacifica os conflitos de uma família e restabelece a união perdida.

Ser advogado é ser como um artista, quando assume o palco de um júri popular.

Ser advogado é ser como um grande orador, quando assoma a tribuna dos tribunais para realização de uma sustentação oral.

Ser advogado é ser como um soldado, como fostes por mais de 30 anos, quando vai para o front no embate com o seu colega ex-adverso.

Ser advogado é ser como um salvador da pátria, quando luta pela democracia e desce às masmorras das ditaduras na defesa dos presos políticos.

Ser advogado é casar com a causa, como fizestes por mais de 30 anos, até que o trânsito em julgado da respectiva sentença o separe.

Ser advogado é ser como um gêmeo bivitelino, como fostes por mais de 30 anos, quando convive diariamente com a vitória e com a derrota: com a vitória regozija, com a derrota aprende.

Ser advogado, meus caros, é a segurança de uma justiça célere e imparcial, pois como já disse o grande jurista italiano, Piero Calamandrei, “só onde os advogados são independentes, os juízes podem ser imparciais“.

Para Rui Barbosa, o patrono dos advogados brasileiros, “a profissão de advogado tem, aos nossos olhos, uma dignidade quase sacerdotal. toda a vez que a exercemos com a nossa consciência, consideramos desempenhada a nossa responsabilidade”.

Ser advogado, digo eu, é o que fostes ao longo de mais 30 anos: paladinos da justiça, e, sobretudo, guardiões da democracia e do estado democrático de direito.

Enfim, colegas advogados e advogadas jubilandos: muito mais poder-se-ia falar sobre o advogado.

Mas é hora de concluir.

E termino, estimados colegas, agradecendo tudo quanto fizestes para honrar e dignificar a nossa profissão e a nossa instituição, mas, sobretudo, por tudo quanto fizestes pelos menos favorecidos da sorte, pela cidadania e pela justiça social.

Nestes anos que nos restam, desejo a todos o reconhecimento do bem que fizestes, o carinho dos seus, muita saúde, alegria e felicidade.

Afinal, que possais reconhecer em vós mesmos, o que já disse Robert Louis:

“o homem que venceu na vida é aquele que viveu bem; que riu muitas vezes e amou muito; que conquistou o respeito dos homens inteligentes e o amor das crianças; que preencheu um lugar e cumpriu uma missão; que deixou o mundo melhor do que encontrou; que procurou o melhor nos outros e deu o melhor de si mesmo”.

Parabéns. Que Deus abençoe e proteja a todos.

Luiz Mario Bratti

OAB/SC nº3.971

08/08/2023.

 

 

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